Vamos por partes nessa seção, começaremos com a história do primeiro FINAL FANTASY!
Final Fantasy I (1987)
Lançado inicialmente no Japão, Final Fantasy trazia quatro guerreiros iluminados em sua constante batalha para acabar com as forças do mal. A grande diferença quando comparado com Dragon Warrior, além dos gráficos mais bem produzidos e da trilha sonora, estava na variedade de missões: os heróis lutavam contra bruxas, salvavam princesas, ajudavam a desmascarar tiranos e viajavam no tempo para perseguir o vilão.
Apesar do enredo mais complexo, os quatro personagens do jogo não tinham nenhuma espécie de caracterização. Você podia escolher suas classes e personalizar suas habilidades. Mas não espere as famosas crises existenciais dos demais jogos da série: esses personagens são praticamente mudos.
A trama era confusa mas simples: os Quatro Guerreiros da Luz, com suas respectivas orbes mágicas, devem salvar o mundo da destruição. Depois de viajar o mundo ajudando diversas pessoas, os heróis descobrem uma enorme ameaça na forma de quatro demônios, liderados pelo nefasto Chaos. Os protagonistas descobrem que os demônios surgiram 2000 anos antes, e viajam no tempo para impedir o desastre. A descoberta da verdadeira identidade de Chaos, assim como a trama repleta de efeitos de brincar com linhas do tempo acabou confundindo e impressionando jogadores do mundo inteiro.
Final Fantasy foi trazido para os EUA pela própria Nintendo depois da publicação do terceiro jogo da série no Japão. Ele vendeu bem mais no ocidente do que o original no Japão. Mas mesmo assim a série ficaria presa na Terra do Sol Nascente até o quarto episódio da série.
Final Fantasy II (1988)
Com a mesma equipe do original, o segundo jogo da série melhora bastante a caracterização dos personagens. Desta vez, o império Baramekia é responsável pela morte dos pais dos quatro protagonistas, que se unem ao movimento de resistência na tentativa de obter vingança. E assim Frionel, Guy, Maria e Lionheart lutarão ao lado de amigos como Paul, Hilda, Gordon, Kahuon e Cid.
No final de sua jornada, os heróis descobrem Dark Cloud, uma terrível entidade que inspira ódio nos corações humanos. Ele se une ao imperador morto, que ressurge como um horrendo monstro.
Segundo o diretor do jogo, Hiromichi Tanaka, boa parte do jogo havia sido traduzida para o inglês e só não foi lançado nos EUA por desentendimentos com o braço americano da empresa. Isso acabaria influenciando também o terceiro jogo da série, que permaneceria em sua terra natal.
Final Fantasy III (1990)
Ainda produzido por virtualmente a mesma equipe, o terceiro jogo da série traz novamente quatro jovens como protagonistas. Esses garotos estão brincando na vila de Ur onde nasceram, quando acabam caindo em um buraco. Eles descobrem que a caverna é na verdade o templo do cristal do vento, e são escolhido como os campeões que devem trazer de volta o balanço entre a luz e a escuridão.
Juntos, eles combatem o mal no mundo e descobrem que o continente voador onde vivem é apenas uma pequena parte de um planeta submerso em água. Com a ajuda da feiticeira Elia e o cristal da água, eles salvam o mundo e viajam até a torre de cristal.
Lá eles lutam contra o feiticeiro Zande, supostamente a fonte do mal no mundo. Só que ao derrotá-lo, eles são atacados e vencidos pela Nuvem da Escuridão. Eles seguem essa entidade demoníaca até o Mundo Negro, onde devem combater os quatro cavaleiros negros: cópias malvadas deles mesmos - para então enfrentar a perversa entidade.
Final Fantasy IV (1991)
Esse jogo começou a ser desenvolvido no Famicom (o Nintendo 8 bits), mas a Nintendo japonesa insistiu que a Square o transformasse em um projeto para seu novo console de 16 bits, o Super Famicom. A troca foi feita e o jogo recebeu grandes melhoras. Ele também marca a mudança de diretor de Hiromichi Takada para Yoshinori Kitase. Esse último queria ser diretor de cinema, e essa influência é facilmente percebida nas diferenças entre o terceiro e o quarto jogo.
A série recebe uma grande reformulação e fica muito mais dramática. A complexidade dos personagens aumenta sensivelmente, assim como a aposta na trama. O protagonista desse capítulo é Cecil, o cavaleiro negro e capitão da força aérea Red Wings. Ele luta durante boa parte do jogo com sua consciência, tentando se redimir de seus pecados.
Os personagens de Final Fantasy IV são memoráveis. Kain, Rydia, Edward, Tellah, Rosa, Palom e Porom, Cid, Edge e até mesmo FuSoYa tem papéis importantes na trama, sem nunca perder seus traços característicos. Só que desta vez o vilão rouba completamente o show: Golbez é um dos mais interessantes da série.
O quarto jogo também inaugura o Active Battle System que permanece até hoje na série. Com ele, as batalhas baseadas em turnos ganham mais emoção e ritmo.
O jogo foi lançado nos EUA como Final Fantasy II, já que os jogos anteriores nunca apareceram por lá. A versão americana foi extremamente criticada por sua tradução que tirou qualquer tipo de referência que pudesse irritar mães de jogadores mais novos, assim como facilitar incrivelmente o jogo.
Final Fantasy V (1992)
Indo contra a onda de mais personagens, o quinto jogo apresenta seus quatro protagonista logo no início do jogo como no primeiro capítulo da série. Bartz (ou Butz, dependendo da tradução) se encontra com Galuf, Reina e Faris logo nos primeiros minutos de jogo.
Tudo começa quando um meteorito cai na Terra, os ventos param e um cristal mágico se despedaça. Esses eventos unem os heróis na missão de salvar o mundo da destruição. E durante sua jornada, cada um deles acaba revelando terríveis segredos sobre seus passados.
Outro ponto forte são, novamente, os vilões. Gilgamesh e X-Death não são apenas assustadores: eles são praticamente maldade personificada. E olha que X-Death revela sua forma final como uma árvore e mesmo assim consegue ser assustador...
Um dos pontos mais forte de Final Fantasy V é o sistema de experiência. Com 22 profissões contidas em cristais mágicos, o jogador tem a chance de personalizar cada guerreiro com as perícias desejadas. O sistema foi tão apreciado que pedaços dele estão presentes nos episódios VI, VII, IX e X, além de ser reproduzido na íntegra em Final fantasy Tactics.
Originalmente, esse jogo estava com lançamento previsto para os EUA na forma de Final Fantasy III. Existem muitos boatos sobre a razão do cancelamento, mas a mais provável é que o sexto jogo da série estava quase pronto - ou seja, tanto a equipe de produção estava ocupada e não podia ajudar os tradutores, mas também fazia mais sentido colocar os tradutores na complexa missão de localizar o próximo jogo da série.
A SquareSoft tentou relançar o jogo como Final Fantasy Extreme em 1995, mas a empresa acabou falindo antes disso. E em 1997 a Eidos se prontificou na produção de um porte para PC, que foi cancelado por motivos desconhecidos. Somente em 1999 a Electronic Arts lançaria um pacote com o remake do jogo para PlayStation (em conjunto com o remake do sexto episódio) em inglês.
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Final Fantasy VI (1994)
A visão de Kitase ganha proporções épica na nova versão do jogo. Final Fantasy VI conta com um dos mais ousados enredos de toda a série. Com diversos personagens dividindo a honra de protagonista, eles crescem e revelam a profundidade de suas personalidades em eventos que vão de simples situações cômicas até mesmo o fim do mundo.
Segundo a história do jogo, o Império está tentando ressuscitar a magia, extinta há 1000 anos depois da guerra dos Magi, em um mundo cada vez mais tecnológico. O imperador Gestahl encontra uma garota parte humana e parte Esper, capaz de utilizar poderes místicos. Ela consegue escapar do vilão e se une aos rebeldes Returners. Só que o general do Império, Kefka, acaba traindo Gestahl, destruindo o mundo no processo, ganhando poderes divinos e separando os heróis do jogo.
É impressionante o número de temas adultos encontrados nesse jogo. Cada personagens passa por claros processos de amadurecimento, e lidam com problemas como suicídio, moralidade, perda de pessoas amadas e até mesmo a gravidez de uma garota adolescente. Seria fácil escrever uma matéria do mesmo tamanho dessa reportagem toda apenas minuciando cada um dos personagens desse jogo.
O jogo marca também a pretensão da Square de produzir jogos cinematográficos, e é praticamente uma prévia para o próximo jogo que surgiria no PlayStation.